terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Caco Antibes na "Gaiola das Loucas"



Se você for daqueles que lembram com saudades dos programas da década de 90 e sente falta do sucesso "Sai de Baixo", vai se deliciar com o musical "A Gaiola das Loucas". Não é à toa que Miguel Falabela pegou para si a responsabilidade da montagem da peça na versão brasileira.
Estão todos lá, Caco Antibes com seus bordões, a empregada engraçada e intrometida, a matriarca dramática e até mesmo a loira burra.
Apesar da estonteante produção, iluminação, cenários, figurinos e números musicais, "Gaiola" parece mais do mesmo. Miguel não perde o estigma de um dos seus personagens mais marcantes da tv, e talves nao possa. Já que justamente a atuação descompromissada, salpicada de improvisos e cacos do ator, devam ser justamente a cara limpa de Miguel.
Quando a cortina se abre e vemos as "Loucas" engaioladas somos transportados diretamente para um show de nível internacional, o abuso dos acessórios brilhantes e iluminados, dos efeitos cênicos na troca de figurinos na frente de todos e a rapidez com que os cenários se alternam, apresentam-se de uma maneira tão lúdica que esquecemos estar no teatro. Parece que estamos assistindo a um filme numa das mais incríveis telas de cinema já sonhada.
A dinâmica com a qual os números musicais se alternam com os momentos dramáticos do espetáculo agradam a todo o público, sem que os menos fãs do gênero se sintam aborrecidos com a cantoria.
E se você riu pouco com as atrapahadas da turma no primeiro ato, entre preparado no segundo, ali a veia cômica do texto mostra a que veio, e mais uma vez nos pegamos rindo às gargalhadas.
Diogo Vilella com sua dramaticidade inerente dá o tom da comédia contida, velada e por isso mesmo muito engraçada, os dois tão confortáveis em seus personagens acabam apagando um pouco as demais atuações. Isso fica evidente quando tentam dividir o palco com duas cenas ao mesmo tempo, a atuação da Drag termina sem atenção, enquanto os protagonistas mais uma vez predem a atenção de todos os espectadores.ao invadirem a lateral direita do palco.
Estão lá as piadas apoiadas em temas como racismo, discriminação de opções sexuais e até um pouco de didatismo, mas não pode faltar a menção a maconha, que ultimamente tem recebido forte campanha à seu favor, tanto nos espetáculos teatrais como nos filmes recém-produzidos.
Apesar do tema polêmico, a peça não constrange com apelos sexuais, menos até do que a também em cartaz Mamma Mia!, que chega a incomodar com tantas insinuações ao longo do texto. Garantindo à adaptação de Miguel uma opção de programa para toda a família.

http://www.teatrobradesco.com.br/_programacao.php?id=146&atracao=A%20Gaiola%20das%20Loucas&gclid=CIq9ho_Y2qUCFYvt7Qod0HCxlg

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